Depressão em idosos

A Depressão que atinge idosos tem algumas características especificas que devemos estar atentos, como por exemplo, queixas clínicas inespecíficas, como tontura, dores, falta de energia, cansaço frequente, sem ter causa orgânica quando investigadas pelo médico.

Conforme a idade vai avançando, maior a ocorrência de vivências de luto por perda de amigos e parentes, perdas abruptas, eventos traumáticos, vão se somando e vulnerabilizando a saúde mental do idoso.
Muito idosos apresentam comportamentos deprimidos, de humor mais baixo de forma pontual, mas não necessariamente estão depressivos.

A Depressão é diagnosticada quando o idoso apresenta (segundo o DSM-V):

– Humor deprimido durante maior parte do dia, quase todo dia, indicado tanto por relato subjetivo ou observação de outros
– Perda de interesse e prazer em todas, ou quase todas, atividades na maior parte do dia, quase todos os dias
– Perda ou ganho significativos de peso ou diminuição ou aumento do apetite quase todos os dias
– Sentimentos de culpa inapropriada ou excessiva e sentimentos de menos-valia
– Diminuição na habilidade para pensar ou se concentrar ou tomar decisões
– Pensamentos recorrentes de morte e suicídio ou tentativa de suicídio prévia

Necessidade de apoio para momentos de debilidade fisica, como precisar que um filho te leve para o médico pois não consegue mais dirigir ou andar sozinho,provocam com o tempo um declínio do conceito de autonomia, independência e liberdade. Morar na casa de um parente pois não consegue mais gerir uma casa, também entra neste quadro. O sentimento de incapacidade, de culpa e inutilidade crescem e debilitam a mente e o corpo.

Eu costumo dizer a meus pacientes quando precisam de ajuda que treinem ser um pouco mais “individualistas” às vezes, o que quero dizer é que se assuma que necessita de apoio e solicite de forma objetiva. Quem não precisa de ajuda? “Está pra nascer” alguém que consegue viver sozinho. Não tem como ter uma vida sem envolver pessoas, com certeza quem está na posição de pedir ajuda, ajudou muita gente no passado, já cuidou muito, e, agora precisa ser cuidado. É o ciclo natural da vida. É um processo desafiador de aceitação da própria limitação, de flexibilizar as auto regras e permitir que tarefas sejam feitas de outra forma por alguém, de expandir suas crenças limitantes… Mesmo sendo mais difícil fazer isso na terceira idade.

Lembre-se de que enquanto se tem um cérebro e uma mente vivos e funcionando, você é capaz de aprender algo, do seu jeito, no seu tempo…

Como tratar a depressão no idoso:
Primeiramente o idoso deve procurar profissionais de saúde como geriatra, psiquiatra, neurologista e psicólogo. Estes são profissionais que são habilitados para iniciar uma avaliação e compor um diagnóstico, fazer encaminhamentos devidos pra outros profissionais e solicitar exames pertintentes para realizar o diagnóstico diferencial da Depressão.
O que isso quer dizer?
Este profisionais precisam investigar se há alguma doença fisica antes de diagnosticar a Depressão, ou concomitante a ela. Doenças como Alzheimer e Parkinson, outros tipos de demências, epilepsia, esclerose múltipla , doenças endócrinas e metabólicas, déficit de vitaminas, uso e /ou abuso de medicações como sedativos por exemplo, podem ser descartadas ou entrar na composição do quadro. Estas doenças podem confundir o diagnóstico de Depressão e/ou agravar o quadro.
O acompanhamento médico e psicológico são fundamentais pois são o tratamento padrão ouro no tratamento para Depressão em idosos para que estes tenham sempre uma melhor qualidade de vida.

Psicóloga Giselle Dechen

Especialista em Terapia Cognitivo-Comportamental

CRP. 12/11788
www.giselledechen.com.br
F. (48) 99192-0894
Clínica de Psicologia em Florianópolis e Online