Artigo Científico

Do setting terapêutico para o mundo

Artigo Científico

Do setting terapêutico para o mundo

Psicóloga Giselle Dechen

Do setting terapêutico para o mundo: as implicações da internet sobre a atuação do psicólogo clínico cognitivo-comportamental em atendimentos online no Brasil.

 

 

From the therapeutic setting to the world: the implications of the internet on the role of cognitive-behavioral clinical psychologist in online consultations in Brazil.

 

Giselle Dechen Carvalho

Vera Baumgarten Ulysséa Baião

 

 

 

  1. Especialista em Terapia Cognitiva – Instituto Catarinense de Terapia Cognitiva
  2. Doutora em Psicologia Experimental (USP)

 

 

 

Resumo

O atendimento psicológico online está regulamentado atualmente pela Resolução CFP N° 011/2012 mas é autorizado desde o ano 2000, podendo ser realizado de forma assíncrona (e-mail) e síncrona (chat e videoconferência). A abordagem Cognitivo-Comportamental obteve melhores resultados do que outras abordagens nesta modalidade de atendimento. A atuação do psicólogo cognitivo-comportamental se associa bem com a modalidade online nas seguintes características: objetividade, foco, coparticipação, flexibilidade. Através da pesquisa bibliográfica objetivou-se trazer informações e reflexões acerca desta modalidade de atendimento psicológico ainda tão pouco explorada no Brasil. A busca ocorreu em publicações científicas brasileiras eletrônicas (revistas e sites de busca) e em livros de Psicologia da abordagem Cognitivo-Comportamental. Os benefícios desta forma tecnológica de atender são muitos e atende pacientes que: tem problemas de mobilidade; encontram-se em localidades desprivilegiadas na busca de um profissional especializado; buscam praticidade e menor custo, e, que apresentam psicopatologias limitantes que os impedem de procurar ajuda presencialmente. A queda de barreiras físicas já está acontecendo no campo da saúde mental, basta agora derrubarmos nossas barreiras psicológicas à tecnologia e seus benefícios.

Palavras-chave: terapia online, atendimento online, internet.

 

 

 

 

 

Abstract

The Online Therapy is currently regulated by the CFP Resolution N° 011/2012 but it is authorized since 2000 and can be performed asynchronously (email) and synchronous (chat and video conference). The Cognitive-behavioral approach produced better results than other approaches in this type of service. The role of the cognitive-behavioral psychologist associates well with the online mode, in the following features: objectivity, focus, co-participation, flexibility. Through bibliographical research the aim was to bring information and reflections about this psychological treatment modality still so little utilized in Brazil. The search occurred in electronic Brazilian scientific publications (magazines and search engines) and psychology books of cognitive-behavioral approach. The benefits of this technologic way to attend patients are many, and serve patients who: have mobility problems; are in disadvantaged locations in search of a specialist; seek convenience and lower cost, and that present limiting psychopathology that prevent them from seeking help in person. The decline of physical barriers is already happening in the mental health field, just now we have to break down our psychological barriers to technology and its benefits.

Keywords: online therapy, online appointment, internet.

 

 

 

 

 

As tecnologias de informação trouxeram e têm trazido mudanças em diversas áreas da nossa vida. A quantidade e variedade de conteúdo permeia nosso cotidiano. O mercado de trabalho vem se globalizando cada vez mais tendo que se adaptar e se reorganizar criando novas formas de atuação profissional (Carlotto & Camara, 2010).

Rangé (2011) afirma que “cada vez mais, universalizam-se as tecnologias e surgem demandas sociais pelo seu uso, para suprir necessidades tanto de conhecimento quanto de aumento de qualidade de vida da população. Mais do que tecnologias para se temer ou rejeitar, são ferramentas que devem ter o seu uso investigado, avaliado e aferido a fim de ser legitimado e tornado acessível a uma parcela da sociedade que não encontraria o suporte de que precisa de outra forma” (pg.762).

As tecnologias digitais se fazem presentes na constituição de novos conhecimentos e informações, são parte dos processos de produção em vários campos. Mediações e interações diversas são realizadas através das novas tecnologias, sendo estas indispensáveis ferramentas contemporâneas de comunicação e informação (Scorsolini-Comin, 2013).  Inclusive na área da saúde se observa esta modernização e facilidades pois se amplia o acesso do paciente a orientações, informações e serviços, no sentido de promoção de saúde, prevenção e cura de doenças, desde sites e artigos informativos até atendimento psicológico. Percebe-se um aumento na quantidade de brasileiros que se utiliza de ferramentas online para obter mais informações sobre saúde, dados comparáveis aos encontrados em populações estrangeiras (Miranda & Araujo, 2012).

Com o significativo aumento do acesso às tecnologias no Brasil, acredita-se que haverá uma aproximação cada vez maior entre a área da saúde e das tecnologias da informação, e, que a intervenção comportamental mediada por computador deve se seguir como uma alternativa para melhorias na saúde (Gomide, Martins & Ronzani, 2013).

O atendimento psicológico online foi autorizado em caráter de pesquisa desde o ano 2000 (Resolução CFP N° 003/2000), regulamentado em 2005 (Resolução N° 012/2005) e com novas regras em 2012 (Resolução N° 011/2012), podendo ser realizado de forma assíncrona (através de e-mails) e/ou de forma síncrona (chats e videoconferências).

Observa-se que a intervenção psicológica mediada por computador é uma prática que vem crescendo, com aumento da demanda por esta modalidade de atendimento, impulsionada por diversos fatores que tornam a Psicologia mais acessível a públicos e necessidades diversas (Fortim & Cosentino, 2007).

“…a distância e a presença não são mais entendidas como o espaço que separa dois corpos, mas como o nível de empatia e disponibilidade que um psicoterapeuta tem para seu paciente.” (Donnamaria, 2013, p. 22)

O objetivo deste trabalho é fazer uma análise crítica da literatura a respeito do que se tem estudado e pesquisado sobre atendimento psicológico online. A pesquisa é realizada em publicações científicas brasileiras: revistas eletrônicas e sites de busca, e, em livros de Psicologia da abordagem Cognitivo-Comportamental.

Este artigo pretende auxiliar na construção do conhecimento científico acerca do exercício profissional de psicólogos que atendem online no Brasil, trazendo reflexões para a atuação e contribuindo para a solidificação desta prática no nosso país, assim como conhecendo obstáculos para no futuro superá-los.

Pesquisas e publicações encontradas sugerem explorar as diferentes abordagens teóricas usadas por terapeutas que atendem seus pacientes via internet, mas foram encontradas evidências de que a Terapia Cognitivo-Comportamental tem se mostrado eficaz no tratamento de psicopatologias online (Pieta & Gomes, 2014).

É necessário que se pesquise, estude e valide esta modalidade de atendimento, que tem muitas peculiaridades e que pode trazer resultados bastante satisfatórios (Pinto, 2002), a Psicologia clínica estará acessível a um número cada vez mais ampliado de pessoas. Existem muitos problemas e reflexões a serem levantados acerca desta modalidade contemporânea do exercício profissional e como a internet irá impactar no trabalho do psicólogo clínico, assim como suas facilidades, dificuldades e o manejo de situações inéditas.

 

Atendimento psicológico online no Brasil

A Resolução CFP Nº 003/2000 regulamenta o atendimento psicoterapêutico online em caráter experimental, por ainda não se conhecer os efeitos desta prática e nem ter ainda métodos especificados para esta modalidade. Por ser pesquisa, precisava seguir os passos para tal: ter um projeto, ser aprovado pelo Comitê de Ética, seguir todas as normas éticas de atuação profissional, entre outras. A resolução diferenciava a prática psicoterapêutica (que não poderia ter cobrança de honorários) da orientação psicológica online e outras práticas pontuais e informativas. Através de um cadastro de site do profissional psicólogo pelo Conselho Federal de Psicologia, gratuito, gerando um selo de credenciamento (hiperlink), era possível se exercer a Psicologia de forma online, tanto de forma assíncrona (e-mails) como síncrona (chats e videoconferência), no caso de pesquisa em psicoterapia online também era necessário ter um site profissional cadastrado com o selo de credenciamento. Estas determinações sobre psicoterapia como pesquisa prevalecem até hoje. Eram consideradas formas de atuação profissional não psicoterapêutica: orientação psicológica e afetivo-sexual; orientação profissional; orientação de aprendizagem e Psicologia escolar; orientação ergonômica; consultorias a empresas; reabilitação cognitiva, ideomotora e comunicativa; processos prévios de seleção de pessoal; testes informatizados validados e utilização de softwares informatizados e educativos. Estes serviços podiam ser remunerados e podem até hoje.

A segunda resolução surge após cinco anos, CFP N° 012/2005, que mantém as diretrizes para pesquisa em atendimento psicoterapêutico, apenas acrescentando algumas regras de prazo para análise dos pedidos de credenciamento. E a última e atual vigente Resolução CFP N° 011/2012, traz algumas complementariedades e esclarecimentos importantes. A descrição dos serviços permitidos sofre alterações e definições: orientações psicológicas diversas em até 20 encontros (síncronos ou assíncronos); processos prévios de seleção de pessoal; aplicação de testes regulamentados; supervisão da atuação de psicólogos, eventual ou que complemente a formação presencial; atendimento eventual de pacientes que estão em trânsito e/ou se encontrem impossibilitados de comparecer a um atendimento presencial.

Em consideração à segurança do uso da internet, deve-se esclarecer ao cliente esta temática e o sigilo. O futuro paciente deve ser informado e alertado sobre riscos e dificuldades que a internet apresenta e sobre limites do atendimento online, bem como requisitos tecnológicos necessários para participar desta modalidade. Falhas na comunicação devem ser previstas e delineadas possíveis soluções, horários das sessões devem ser pré-agendados, contatos devem ser especificados se serão por e-mail, chat, videoconferência (Pieta & Gomes, 2014).

Para atender clientes menores de idade deve-se considerar critérios do Estatuto da Criança e do Adolescente, Código de Ética e dispositivos legais adequados, como por exemplo, o psicólogo ter autorização expressa de pais ou responsáveis para o atendimento online

O psicólogo que for cadastrar seu site para atendimento deve seguir algumas normas: apresentar nome e número do registro profissional; informação sobre o número de sessões permitidas online (máximo de 20 sessões); conter links no site que remetam diretamente para o Código de Ética profissional, para a Resolução vigente, no site do CRP e no site do CFP, não podendo conter links para outros sites que não sejam estes. O selo de credenciamento tem validade de três anos, podendo ser renovado. A Resolução em questão traz um anexo chamado “Manual sobre o cadastramento de sites”, com explicações para os profissionais.

A presente pesquisa bibliográfica traz estudos realizados no Brasil sobre temáticas e reflexões como vínculo terapêutico, segurança da internet e conexão, tempo de terapia, acessibilidade, perfil de pacientes.

Um dos pioneiros no Brasil, o estudo de Prado (2002) com atendimento psicológico online no formato de chat, pôde listar vantagens e desvantagens importantes. Acesso à Psicologia por pacientes de localidades que não dispõem deste serviço, com menor custo e maior flexibilidade de horário, menor preocupação do cliente em ser julgado ou ser vítima de preconceito por frequentar o consultório, possibilidade de o cliente enviar uma mensagem/e-mail ao terapeuta no momento em que necessita de ajuda, desenvolvimento de vínculo satisfatório, colaborativo e com comprometimento entre clientes e terapeutas por intermédio da internet são exemplos de benefícios desta modalidade. Alguns obstáculos também foram identificados, como desconhecimento por parte do terapeuta da cultura/acontecimentos locais do cliente, dificuldade em se avaliar e diagnosticar à distância, conexão e segurança da internet, problemas de comunicação devido a erros de interpretação da escrita.

 No estudo de Spaccaquerche (2005) foi relatada a adaptação de um programa de orientação profissional ,para jovens de idade entre 15 a 20 anos, presencial para o meio virtual, com metodologia e conteúdo específicos para esta modalidade online, principalmente no que se referia à linguagem, que seria mais coloquial neste meio e adequada também a idade dos participantes. O processo de orientação seguiu todo de forma escrita, em fóruns, chats, e-mails, consistindo-se em três etapas num primeiro momento: autoconhecimento, informações sobre as profissões e mercado de trabalho, e, a escolha da profissão. Esta primeira etapa, do autoconhecimento, consistia em questões e narrativas sobre os seguintes itens: “Fale um pouco de você”; “Meu momento de escolha”; “Modelo Profissional”; “Verbos”; e, “Autobiografia”. A segunda etapa, informativa sobre as profissões, objetivava além de informar, incentivar a busca e ampliação do conhecimento sobre os interesses do participante, como sites, conversas com pessoas da área de interesse, exploração de conteúdo, rotina e mercado de trabalho. E por fim, a terceira e última etapa, a escolha propriamente dita da profissão, o participante escolhe uma área para se trabalhar, faz uma avaliação de seu processo de orientação e planos para concretizar seu projeto.

A orientação profissional via internet foi comprovada ser viável, o dinamismo e a rapidez que a tecnologia proporciona foram benéficos. Destacou-se também a oportunidade de incluir jovens de várias partes do Brasil neste programa.

Em 2007, Fortim, Antonio e Cosentino publicam um artigo baseado no trabalho do Núcleo de Pesquisas em Psicologia e Informática (NPPI) da PUC SP, que desenvolveu um serviço de aconselhamento psicológico online através de e-mails. O aconselhamento ou orientação online é o que a Resolução CFP n° 012/2005) prevê, que seriam serviços psicológicos com temas específicos e delimitados e não psicoterapia mais aprofundada. São exemplos de orientação: consultoria a empresas, orientação profissional, entre outras.

A internet, além de rapidez e dinamismo, trouxe uma certa liberdade de expressão baseada no anonimato dos usuários, que apresentavam demandas como relacionamentos amorosos e familiares, autoestima, dúvidas diversas, descontentamento com a vida, entre outros. Os usuários buscavam por respostas para questões especificas e encontraram o ambiente específico para falar abertamente de suas questões por e-mail.

Terzis e Donnamaria (2011) realizaram um trabalho com grupos online usando a ferramenta da videoconferência e investigaram a relação paciente-terapeuta através da internet. Estes grupos eram compostos por mulheres, com idades entre 23 e 47 anos, brasileiras, residentes no Brasil ou no exterior. Nos atendimentos via internet deve-se manter a mesma ética e sigilo que em atendimentos presenciais, usando senhas, protegendo o computador de acessos de outrem, utilizando espaços físicos reservados para o momento da sessão. Cabe ressaltar a utilização de um termo de consentimento informado para atendimentos online.

“Não se trata de substituir a terapêutica presencial, que provavelmente deverá seguir prevalecendo. Mas ter a terapia online ao alcance talvez possa refletir em menor sofrimento àqueles que estão impossibilitados de estar conosco em presença.” (Terzis & Donnamaria, 2011)

Os pesquisadores concluíram que a limitação de expressões não verbais pode aprimorar a fala, de ambos os lados, para se fazerem compreender. A internet pode ser utilizada como um meio de iniciar uma empreitada, um primeiro passo, e pode ser concebida como uma forma de aproximar pessoas (Terzis & Donnamaria, 2012).

Segundo Donnamaria e Terzis (2012), a internet se tornou um novo espaço para realizações, através dela acontecem relacionamentos reais, que não precisam necessariamente ser presenciais e sim ter o vínculo de importância. E este vínculo pode se dar de uma forma bem específica nesta modalidade online devido ao não contato físico, ao anonimato, à comunicação não instantânea e a relação de igualdade entre terapeuta e paciente (quebrando a relação de autoridade que pode ser enfrentada nos consultórios presenciais), facilitando de certo modo a comunicação para alguns pacientes, como traz trabalhos citados anteriormente. Por exemplo, em Fortim, Antonio e Cosentino (2007), os autores comparam a busca por um psicólogo presencial e um atendimento online mediado por e-mail. Ponderam que neste segundo caso existem menos regras e possíveis barreiras para a expressão da queixa,  “pois o profissional está a um teclado de distância”.

Donnamaria (2013) traz em seu estudo a descrição de experiências no atendimento psicológico online com grupos, através de videoconferência, sob a perspectiva da Psicanálise. A pesquisa foi qualitativa e as participantes foram onze mulheres de idades entre 23 e 47 anos, brasileiras residentes no país e fora também, subdivididas em dois grupos. As sessões eram realizadas com a terapeuta e cada participante na sua localidade, com a imagem de todas aparecendo em tempo real. Uma das conclusões da autora foi que a prática com grupos online é bastante similar a presencial, considerando características como boa adesão à terapia, envolvimento com as vivências e motivação. O que encontrou de diferente do trabalho presencial foram que o setting no atendimento online é co-participativo, o paciente tem responsabilidade e autonomia também em relação ao ambiente, como preparação do espaço físico e do instrumento tecnológico. Os grupos online, segundo a pesquisadora, têm grande potencial terapêutico pois é também um espaço de aceitação e escuta, em que se observou satisfatória adesão dos participantes no quesito envolvimento com as vivências e motivação.

Rodrigues (2014) pesquisou sobre a formação de aliança terapêutica em psicoterapia mediada por computador. Sua amostra foi composta por cinco mulheres de idades entre 19 e 59 anos, que tinham alguma experiência no uso da internet. Foram realizadas um total máximo de 16 sessões individuais por videoconferência (SKYPE) segundo a perspectiva teórica da psicoterapia breve focal. O estudo foi qualitativo e em alguns momentos foram utilizados instrumentos como WAI (Inventário de Aliança Terapêutica) e SEQ (Questionário de Avaliação de Sessão). A autora traz contextos em que o atendimento psicológico online se mostra benéfico e vantajoso: dificuldades de mobilidade (paciente que tem alguma limitação física que o impeça de comparecer presencialmente ao consultório, idosos ou que não dirigem/não encontram meio de transporte para irem até o consultório); quando o paciente reside em áreas em que não se encontra atendimento especializado, residentes no exterior ou que viajam constantemente; gestantes ou mães com filhos pequenos; pacientes de terapia presencial que se encontram eventualmente impossibilitados de ir ao consultório; pessoas que não encontram tempo em suas agendas para ir ao consultório devido ao tempo de deslocamento até o local; pessoas que encontram dificuldades em expor sua vida na presença física do terapeuta.

O atendimento psicológico mediado pela internet também apresenta desvantagens, destacando-se a insegurança do próprio instrumento que se utiliza. Alguns cuidados devem-se tomar a fim de se preservar os dados confidenciais trocados no contato entre terapeuta e paciente, como uso de senhas e acesso limitado do computador utilizado a terceiros.

 Alguns quadros psiquiátricos também não têm indicação para a modalidade online. Pacientes com histórico de tentativas de suicídio não se beneficiam de tratamentos breves e pontuais como propõe o atendimento psicológico online, necessitando de uma rede profissional de apoio como psiquiatria para medicações e outros.

Em suas conclusões, a autora propõe que a formação de aliança terapêutica nos atendimentos mediados por computador enfrenta os mesmos desafios e possibilidades do atendimento presencial e é possível. A psicoterapia online tem um caráter prático e cômodo e os resultados desta pesquisa são compatíveis com os do exterior, principalmente nos Estados Unidos, em que esta prática já é estudada e realizada há algum tempo.

Segundo Pieta e Gomes (2014), no exterior, tratamentos em psicoterapia online para algumas psicopatologias tem tido sucesso, como depressão, ansiedade, fobias, pânico, transtorno de estresse pós-traumático e transtornos alimentares, e estudos mostram um futuro promissor para tratar adições e jogo patológico, psicoses e depressão em pacientes terminais.  Os autores trazem evidências de que a psicoterapia mediada pela internet é efetiva em localidades como Austrália, Estados Unidos e Reino Unido, o acesso à terapia é ampliado e seus custos são menores.

 

O terapeuta cognitivo-comportamental e o atendimento online

Abordagens como a psicodinâmica, narrativa, cognitivo-comportamental, comportamental e terapia centrada no cliente vem sendo exercidas na modalidade online. A maior parte das pesquisas investiga a efetividade de terapias cognitivo-comportamentais online. Pesquisadores apontam que não há diferenças significativas entre a TCC presencial e a TCC online, e até que foi considerada mais eficaz na modalidade online quando comparada a outras terapias presenciais. Mesmo à distância e muitas vezes com pouco contato com o terapeuta, o paciente apresenta bons resultados nas intervenções mediadas pelo computador. Intervenções estas em quadros como depressão, ansiedade, transtorno do pânico, fobia, e, estresse pós-traumático (Pieta & Gomes, 2014).

Pode-se fazer correlações entre a TCC e o atendimento psicológico online, no que se refere a postura do terapeuta, ao caráter pontual da metodologia de trabalho, ao tempo de tratamento, ao estilo de intervenção e aos objetivos da terapia. Dados de pesquisas explicitados ao longo deste trabalho podem ser utilizados para refletir que é possível e viável combinar TCC e intervenções psicológicas mediadas por computador, como afirmam Pieta e Gomes (2014). Segundo os autores também deverá se fazer uma análise para o perfil de paciente que poderá ser mais beneficiado pela abordagem terapêutica online.

Abaixo serão feitas correlações entre a prática da abordagem Cognitivo-Comportamental e o atendimento psicológico online.

A Resolução CFP N° 011/ 2012 traz que o terapeuta tem que se limitar a atender seu paciente via internet em 20 encontros. A TCC permite que o terapeuta realize sessões breves e focadas em questões específicas. A maioria das Terapias Cognitivo-Comportamentais tem limite na duração do tratamento, variando entre 12 e 16 sessões para transtornos não graves, de caráter pontual e pautado do momento presente do paciente, em que paciente e terapeuta tem participação ativa no processo (Knapp & Beck, 2008). “O caráter colaborativo e empírico do relacionamento terapêutico na TCC pode ser enfatizado mesmo nos encontros clínicos mais curtos.”(Wright [et al.], 2012, pág. 20)

A psicoeducação, de uma forma geral, realizada em TCC, pode ser facilitada utilizando-se a internet como instrumento. Como afirmam Miranda e Araujo (2012), a internet propicia acesso do paciente a informações de várias formas e pelo atendimento online é uma delas.

O terapeuta cognitivo-comportamental atua de forma empática, apresentando capacidade de síntese e autenticidade. A relação terapêutica deve ser criada de forma bem consistente, forte e positiva, sendo uma terapia bastante interativa (Beck, 2013). A relação colaborativa entre paciente e terapeuta na TCC ficou evidente também em estudos sobre vínculo em atendimento online (Prado, 2002), assim como a relação de igualdade entre as partes, como fazendo parte de um mesmo “time”, também foi encontrada em intervenções mediadas por computador (Donnamaria & Terzis, 2012). O setting terapêutico no atendimento online é organizado de forma co-participativa, onde paciente e terapeuta são responsáveis pela preparação do espaço (escolha do local, privacidade, computador, conexão, etc) (Donnamaria, 2013).

Dentre as habilidades que o terapeuta cognitivo-comportamental deve apresentar, destaca-se a flexibilidade de atuação de acordo com a demanda (Barletta, Delabrida & Fonsêca, 2011), que se encaixa perfeitamente ao universo virtual. A partir do estudo de Pieta e Gomes (2014), pode-se dizer que os pacientes podem usufruir do atendimento online através de ambientes diversos e que mais se adequam às suas necessidades. O paciente é ativo na busca por ajuda e pode revisar o material das sessões quando lhe for conveniente. A terapia online tem se mostrado efetiva para tratar depressão, ansiedade, transtorno do pânico, fobias e estresse pós-traumático. No caso de jovens, a tecnologia é bastante aceita e funcional, o dinamismo e rapidez nas trocas de informações agrada a este público. Isso foi observado no estudo sobre orientação profissional através de recursos online, em que foi obtido sucesso no processo de proporcionar autoconhecimento aos jovens, informações e auxilio nas escolhas profissionais (Spaccaquerche, 2005). Mais uma situação em que a flexibilidade pode aparecer e ter excelentes resultados.

Considerações finais

 

A internet faz parte do nosso mundo de forma intrínseca em nossas relações, informações e conhecimento, sendo uma extensão do nosso dia-a-dia e não algo à parte. No que se refere à saúde não poderia ser diferente, buscamos conhecimento nesta área através da internet, através de sites, artigos, profissionais que estão na web, cabendo aqui o atendimento psicológico mediado por computador.

Apesar do grande uso da tecnologia, ainda se encontra uma resistência dos próprios psicólogos sobre a vida virtual, que poderia ser concebida como uma vida “paralela” à real e não uma extensão ou parte dela (Souza, 2011). A internet traz consigo não apenas muitos benefícios, facilidades e praticidade, mas também obstáculos e partes obscuras, por ser algo novo ainda em se tratando de Psicologia Online. Apesar das resistências encontradas, tem-se evidências científicas, citadas ao longo deste trabalho, de que o atendimento psicológico online apresenta resultados satisfatórios, às vezes tão bom quanto em atendimentos presenciais.

O lado bom desta resistência é que tudo que é novo precisa ser estudado, pesquisado e validado como ciência para se aplicar com segurança na população, mas, estes estudos no Brasil ainda estão caminhando a passos lentos. Mesmo assim, foi registrado no Conselho Federal de Psicologia um aumento da procura por psicólogos para cadastrarem seus sites para atender pacientes online (Carmelita Gomes Rodrigues, 2014). É preciso mantermos a mente aberta, “do contrário, nós nos colocaremos em uma camisa de força, acreditando que chegamos a um modelo perfeito e, por isso, imutável ” (Almeida, 2003). O psicólogo precisa se adequar a demanda e às novas formas de interagir com seu paciente, adaptar-se ao meio é uma habilidade saudável e que nós profissionais inclusive ensinamos em nossos consultórios, por que não praticarmos também?

É desafiador para a prática profissional do psicólogo o envolvimento com as tecnologias de comunicação e informação, e se faz necessário, a sociedade demanda isso. A internet se mostra bastante útil como instrumento de informação, socialização, educação, na busca por qualidade de vida e bem-estar. A internet tem suas peculiaridades, e no atendimento psicológico online podemos destacar a questão da linguagem, que é através dela que ocorre o vínculo empático. Quando o atendimento se dá através da escrita, faz-se necessário ser bem objetivo e claro, usando todos os recursos que este meio traz para expressão de ideias e emoções (Siegmund & Lisboa, 2015).

Afirma-se que, na internet, a comunicação é prejudicada em virtude da ausência, parcial ou total, das pistas não verbais. Na verdade, trata-se mais de uma comunicação diferenciada do que propriamente prejudicada. Essa diferenciação é evidente nas comunicações escritas, para as quais os usuários criam uma linguagem própria em que convencionam, informalmente, códigos voltados a tentar suprir a ausência do não verbal. Ainda que possamos supor que tais códigos não supram todas nuances de uma comunicação não verbal, é preciso que estudos se concentrem sobre essas questões, a fim de elucidar as reais consequências dessa diferenciação. ” (Donnamaria & Terzis, 2012)

O uso da internet possibilita quebrar barreiras físicas de contato com o paciente, por exemplo, quando este precisa de um retorno rápido e/ou de um atendimento mais imediato.

No exterior, como na Austrália, Estados Unidos e Reino Unido, já se tem a psicoterapia online como prática regular e efetiva da Psicologia, com resultados positivos e significativos no tratamento de depressão, ansiedade, fobias, pânico, transtorno de estresse pós-traumático, transtornos alimentares.

O paciente online é ativo em sua mudança, ele tem que tomar decisões quanto ao setting e ter autonomia para fazer acontecer a sessão, o que é terapêutico em si. As necessidades deste paciente têm origens diversas: dificuldade de mobilidade para ir ao consultório presencial (idosos, deficientes físicos, recém operados, gestantes, mães com bebês pequenos), localização geográfica desfavorável (residir no exterior, habitar regiões afastadas de grandes centros e de pequeno porte onde não se encontram profissionais especializados, viajantes frequentes), praticidade e menor custo, quadros psicopatológicos limitantes ao contato presencial (fobia social, transtorno de pânico, depressão).

Nas pesquisas exploradas ao longo deste trabalho pudemos observar que o vínculo terapêutico foi formado nas intervenções psicológicas mediadas por computador. A relação terapeuta-paciente não depende de presença física, nem sempre um abraço ou aperto de mão e a oferta de um lenço de papel em momentos mais emotivos são determinantes de um bom acolhimento, e, sim, a empatia. A empatia se faz presente na maior parte do tempo através da expressão verbal, que é o foco maior da psicoterapia. E quando um paciente está com seu computador inserido em seu ambiente, que é conhecido e seguro, isto pode ser um facilitador para este acolhimento em alguns casos. Podemos dizer que quando acessamos a privacidade do paciente conseguimos dados de análise mais fidedignos, e, maior privacidade do que seu próprio lar parece não haver.

Estudos mostram que a Terapia Cognitivo-Comportamental obteve melhores resultados nas intervenções online do que outras abordagens (Pieta & Gomes, 2014). Podemos perceber com clareza este sucesso devido à sincronia que tem a postura do terapeuta TCC com o que a internet e a resolução CPF vigente permitem/possibilitam atualmente no Brasil, como: brevidade (muitos tratamentos em TCC se realizam em menos de 20 sessões, que é o limite estabelecido pelo CFP até então), dinamismo, objetividade, agilidade, colaboração (participação ativa de terapeuta e paciente para efetivarem a sessão) e flexibilidade (adequação e disponibilidade à demanda).

Por tudo isso relacionado acima, pode-se concluir que é válido e recomendável que se estude mais sobre a temática online na Psicologia, nós não temos como deixar de evoluir junto aos nossos pacientes. Nos cursos de graduação em Psicologia seria interessante começar a se pensar a incorporar a disciplina de atendimento psicológico online como uma das extensões da prática clínica.

Sobre a Resolução CFP que regulamenta a atuação do psicólogo no meio online, espera-se que na próxima edição já se olhará com mais abertura no que se refere às práticas permitidas. Limitações ao número de sessões, restrições aos tipos de intervenção, questões do site cadastrado (por exemplo, não poder ter links de outros sites nem de redes sociais), tudo isso precisa ser refletido em relação à prática profissional do psicólogo moderno.

A Psicologia deve estar onde está o seu público, que são pessoas buscando por ajuda e que estão em sofrimento emocional. As pesquisas trazem evidências de muitos benefícios em se acolher esta demanda online, que pode estar em qualquer lugar, e por que não atrás de uma tela de computador?

Referências

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Veja o vídeo da Psicóloga Cognitivo-Comportamental de Florianópolis/SC sobre TOC – Transtorno Obsessivo Compulsivo.

Psicóloga Giselle Dechen

Especialista em Terapia Cognitivo-Comportamental

CRP. 12/11788 – Terapia Online ou Presencial

Especialização em Terapia Cognitivo-comportamental

Psicóloga Clínica Cognitivo-Comportamental pela PUC Campinas/SP

MBA em Gestão de Pessoas – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas/SP

Especialista em Programação Neurolinguística – Instituto Actius Campinas/SP

Especialista Psicofarmacologia Clínica – USP – Universidade de São Paulo