Nuances da ansiedade:
O PÂNICO
Pânico é um medo súbito e intenso, que tem componentes cognitivos, emocionais, sensoriais, comportamentais. Na prática é como se a pessoa experimentasse uma “destruição” interna, como se perdesse os sentidos, os significados, a razão, como se fosse o fim… a isso damos o nome de Ataque de Pânico, que pode fazer parte de um quadro de Transtorno de Pânico ou de outros quadros. Este “tsunami” interno pode trazer alterações cardíacas, tremores, falta de ar, desconforto no peito e abdominal, formigamentos, percepção alterada de si mesmo e do ambiente, e, o pior: medo de enlouquecer e de morrer.
Vou explicar como funciona. O primeiro episódio de Pânico acontece e você associa com a situação que estava vivenciando no momento, com o local, com as pessoas, etc. Isso fica gravado em tua memória e infelizmente quando você se depara com um momento similar mais pra frente, pode desencadear esta descarga de adrenalina novamente. E aí o ciclo se inicia. Sua mente interpreta aqueles estímulos (ambiente, pessoas, situação) como ameaçadores à sua sobrevivência, por isso você tem os ataques. O seu corpo quer te ajudar a fugir de algo que o parece “perigoso”. Mas como estar num almoço de família pode ser ameaçador a minha vida? E uma reunião de trabalho? E o primeiro dia de aula? E mais instigante ainda: quando estou sozinha assistindo tv na minha casa? Pois é. Quando os ataques de Pânico estão acontecendo em vários momentos e locais, pode ser que você já esteja com o Transtorno.
O que desencadeia o pânico na verdade não é a situação em si, e, sim a sua interpretação da situação que está vivenciando. De acordo com a Terapia Cognitivo-Comportamental, nós experimentamos o mundo a partir de crenças pessoais bem profundas que foram aprendidas/construídas desde a infância, e os transtornos são (em parte) frutos de crenças negativas, destrutivas, disfuncionais. Por isso a importância de um tratamento psicoterápico, para identificar estes erros cognitivos e corrigi-los.
Estar “na pele” de quem sofre com ataques de pânico é bem difícil pois se cria um ciclo perigoso de evitação, fuga e esquiva de situações cotidianas e importantes pra vida. O medo de sentir aquela ansiedade extrema aumenta e mantem este ciclo, baixando a tolerância da pessoa para suportar estas sensações.
Você que está lendo isso agora e se identificando, saiba que precisa retomar o protagonismo de sua vida, quebrar o ciclo do medo, enfrentar a ansiedade, ressignificar suas crenças que estão te sabotando. É difícil muitas vezes, pode até parecer impossível, mas tem tratamento e cura. Acredite, você pode.
Psicóloga Giselle Dechen
Especialista em Terapia Cognitivo-Comportamental
CRP. 12/11788
www.giselledechen.com.br
F. (48) 99192-0894
