Estamos há vários meses expostos a fatores estressantes como isolamento social, restrições, medo de doença e morte, perdas financeiras, luto, preocupações diversas, que, por sua vez têm gerado uma explosão de casos e sintomas de depressão, ansiedade, estresse, insônia.

 

Estes têm sido a maioria dos diagnósticos que tenho feito dentre meus pacientes neste período. Consolidando estas informações, comento a pesquisa da Fiocruz em parceria com a UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e Unicamp, em que realizaram um estudo entre abril e maio de 2020 com uso de plataformas online para investigar, dentre outros quesitos, a ocorrência de dificuldades relacionadas ao sono e ansiedade. Os resultados foram impressionantes em termos numéricos em que obtiveram uma taxa de 43%(aprox.) dos participantes com algum tipo de problema relacionado ao sono, e, 52%(aprox.) dos participantes relataram sentir ansiedade na maior parte do tempo em sua rotina. Constatou-se também que a faixa etária mais afetada por estes distúrbios era de jovens adultos, com idade entre 18 e 29 anos.

A qualidade do sono pode ser afetada quando apresentamos dificuldade para adormecer, insônia, dificuldade em mater o sono, sonhos perturbadores, dificuldade em relaxar. Muitos pacientes têm apresentado estes problemas, e, isso associado a sintomas ansiosos como agitação motora, taquicardia, falta de ar, sobrecarga de pensamentos, sensação de falta de controle, podem (e tem sido) muito prejudiciais a saúde mental, ao desempenho de atividades e convívio familiar e social.

A insônia, por exemplo, é um grande fator de risco para ansiedade, depressão e outras doenças físicas,e, também pode provocar alterações cognitivas como desorganização de ideias, déficit no planejamento de atividades, emoções e comportamentos negativos.

A OMS (Organização Mundial de Saúde) traz em 2019 dados significativos sobre ansiedade: em torno de 9% da população brasileira apresentava algum distúrbio de Ansiedade. Um percentual bastante representativo que teve um aumento substancial neste ano de 2020. Muitos quadros ansiosos provavelmente serão revertidos após o término da pandemia por se tratar de algo situacional e manifestação aguda de sintomas, mas muitos perdurarão e aumentarão de gravidade. O tratamento psiquiátrico e/ou acompanhamento psicológico é fundamental nestes casos pois muitos transtornos não “diminuem” ou “desaparecem” sem intervenção de um profissional.

Se você estiver se sentindo frágil emocionalmente, em desequilíbrio, desorganizado(a), não espere, busque ajuda, quanto antes melhor, mais fácil de tratar e maior probabilidade de melhores resultados em direção à cura.

Cuide-se. Você é muito importante. Conte comigo.

Abraço.

Gisele Dechen

Psicóloga especialista em Terapia Cognitivo-Comportamental e Terapia Online

Consultas (48) 99192-0894 

Ver mais artigos 

 

Veja também: 10 dicas para melhorar a qualidade do seu sono.

Shares