As pessoas têm milhares de amigos nas redes sociais e continuam a sentir sua solidão no dia-a-dia…

 “Como criaturas sociais, somos invariavelmente atraídos para a interação social; a necessidade de se relacionar e se comunicar está inserida na nossa biologia. Todas as formas de comunicação via internet e mídias digitais são, em parte, uma extensão eletrônica dessa tendência natural.” (David Greenfield)

Se comunicar através da internet tem várias nuances e formas de se vivenciar. A grande maioria de nós, acredito eu, usamos a rede para falar com as pessoas sobre diversos assuntos e em variadas circunstancias. Há também quem se protege atrás do escudo digital por ter dificuldade de interação social com seus pares, timidez, ansiedade e fobia social.

A autoimagem no mundo físico é prejudicada por estas dificuldades, mas no mundo virtual isso pode ser reconstruído. A pessoa constrói a imagem que quer, fala o quer e tem seus ganhos por isso. As pessoas têm milhares de amigos nas redes sociais e continuam a sentir sua solidão no dia-a-dia. Postar e interagir com muita frequência pode ser uma forma de se esquivar de sentimentos negativos que sobrevoam sobre você. A sensação de ser acolhido virtualmente é confundida com realidade, pode até ser ou se tornar real, mas na maioria das vezes não sai de uma tela. Nada substitui o conforto e aconchego de um abraço, de uma conversa olhando nos olhos, e segundo estudos, a presença física não tem contraindicação, é a melhor forma de se “conectar” com a outra pessoa.

Na constante busca em ter atenção e ser ouvido (que todos nós instintivamente precisamos) navegamos pelas ondas da web…todo mundo ganhou voz mas será que alguém realmente nos ouve? Qual é a consequência para mim da minha exposição em público? Será que tem tanta gente realmente interessado na minha vida?

Segundo o historiador Leandro Karnal, tendemos a repetir comportamentos quando não vivemos de forma plena, “prefiro me sentir vigiado do que sozinho”, exemplifica. “Eu estou precisando que o mundo inteiro curta a vida que eu não estou curtindo”, ele afirma em palestras… diz também que estamos preferindo registrar as experiências ao invés de vivencia-las. Olhar um fenômeno através da lente de uma câmera (para registrar para ver depois, num arquivo onde nunca acessamos) não é a mesma coisa do que ver com os olhos. Eu mesma passei inúmeras vezes por esta experiência, hoje tiro menos fotos e raramente faço vídeos de lugares incríveis que eu jamais quero esquecer…registro primeiro na memória e tento me entregar ao momento. Mas não é fácil, não mesmo. Estar presente no seu aqui-agora é bem difícil e requer treino. Mas eu garanto que é maravilhoso e muito recompensador quando se consegue. Aliás, ter presença emocional é uma das formas de prevenir e tratar vários transtornos psicológicos, você sabia?

 

Referências:
David Greenfield, As propriedades de dependência do uso de internet (Cap. 8) – Dependência de internet: Manual e guia de avaliação e tratamento -Kimberly S. Young, Cristiano Nabuco de Abreu e cols.

 

Por: Psicóloga Giselle Dechen

Psicóloga em FlorianópolisTerapia Cognitivo ComportamentalTerapia Online

Psicóloga Giselle Dechen

Especialista em Terapia Cognitivo-Comportamental

CRP. 12/11788 – Terapia Online ou Presencial

Especialização em Terapia Cognitivo-comportamental

Psicóloga Clínica Cognitivo-Comportamental pela PUC Campinas/SP

MBA em Gestão de Pessoas – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas/SP

Especialista em Programação Neurolinguística – Instituto Actius Campinas/SP

Especialista Psicofarmacologia Clínica – USP – Universidade de São Paulo 

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